O filme conta a história conta a história de Cléo, uma mulher que está a espera de um resultado de um exame de um provável câncer, enquanto isso acompanhamos durante uma hora e meia a trajetória da personagem pelas ruas de Paris. A gravação foi feita durante essa passagem de tempo real, em um dia.
A diretora Agnes Varda, uma das percussoras do nouvelle vague além de estar sempre experimentando novas maneiras de ser fazer cinema, usa de forma muito consciente os princípios da montagem. Clássicas ou não, é possível identificar várias delas nos filmes de Varda. Em alguns dos seus filmes, chega a assinar também a montagem.
Está presente na maioria, se não no filme inteiro a montagem rítmica. Para que seja possível ter a sensação real do breve espaço de tempo que iremos acompanhar a personagem. Na cena analisada acima, a conversa acontece com poucos planos. Foram três planos, simples que nos envolvem no ritmo em que eles estão e concentrem-se no dialogo e na beleza própria da imagem exposta.
O primeiro plano frontal e estático é o mais longo de todos, observamos o desenvolvimento e grande parte da conversa nesse plano. O próximo plano é um contra-plano feito por trás dos personagens, a troca dos planos é feita em um momento de silêncio, para que não afete o tempo real da conversa, curto e nos levando para o final da conversa até o último plano, que também entra em um momento estratégico de silencio, apenas acompanha em um travelling a partida dos personagens.
Durante todo o filme, Agnes foi precisa nos cortes para que eles quase não fossem notados e que a sensação de estar com a protagonista fosse real. Poucos planos, longos e cortes delicados ajudaram para que a montagem se tornasse rítmica.
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